Se se morrer de amor
(fragmento)
Se se morre de amor!- Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n'alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente
No que ouve, e no que vê prazer alcança!
Simpáticad feições, cintura breve,
Graciosa postura, porete airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d"amor, arrebatar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio,
Ao som final da orquestra, ao derradeiro
Clarão que as luzes no morrerdespedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D"amor igual ninguém sucumbe á perda.
Amor é vida; é terconstantemente
Alma sentidos, coração-abertos
Ao grand, ao belo; é ser capaz d'extremos,
D"altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr'ender o infinito, a imensidade,
Ea natureza e Deus; gostar dos campos,
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